Remanesce a história que (de) compões
em silêncio.
Sabem-te palavras desabitadas
que te morrem no interior dos olhos
porque não seria o teu
este espaço que guardaste da vida
[ como se fosse a brisa doce de um poema. ]
Desenrolas novelos de tempo
enquanto atravessas pedras de ilusão.
Uma e outra vez sacodes o sal em que
envelhece o dia
e atiras um horizonte naufragado
para trás do esquecimento.
Reestruturas labirintos tingidos de memórias
[ a tua voz dentro delas ]
a tua alma a escutar a geografia do silêncio
quando existem palavras oblíquas a caírem
dentro da imensidão da página.