Poemas : 

fragmentos quase perfeitos

 




I

às vezes sou uma montanha
que não permite que ventos
fustiguem berço
de sementes
ainda em sono profundo

II

faço-me,
quase sempre
de planície carregada
de sementes
para que o vento
faça varredura

III

deixo-me perfumosa
e sedosa mas um dia
ainda serei rosa
da cor do sangue
nos espinhos

IV

em contornos
noite adentro
surge arvoredo
na colheita de
pétalas
meus dedos

V

o vento entrega a poesia
de voz e violão
endeusa a noite molhada.
a ponta acesa de um cigarro
rabisca o escuro
no tropeço de um vulto

VI

minhas passarelas não são
exclusivas para ramos,
flores e pássaros
urtiga também desfila
avultando tons ardidos
nos desavisados.

VII

nas incongruências dos ciclos
dirijo a situação quase com perfeição,
quase sempre
tem situação que me deixa
perdida numa estrada qualquer
de ilusão.

VIII

deste lado
um lago quis ser azul
mas verde é tudo o que é

quão imaturo é por não
se tingir de outras vestes



Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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MarySSantos
 
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