Luso-Poemas
 
Poemas : 

Cócegas de privilégio

 
do tempo que o tempo parara
para uma borboleta passar…

no horário imaginado
gaivotas faziam fila no azul
na posição do vento
Superman passava pela janela
a palavra perdia a mão
o silêncio girava nos jardins
o sol voava pelas campinas
um restinho de céu entre as árvores
soprava em nosso rosto
a poesia tão inquieta tão incerta
soltava-se do resto
os filósofos mais profundos
querendo discorrer do prazer de sonhar
antes dos velhos moinhos
tudo era festa no verbo que ficou
de quando era inevitável viver
o dia transbordava dentro do dia

Van Gogh acalmava sua tela
(e) desligava o pincel


Vania Lopez

Devo confessar que sou o contrário, meus passos seguem em contrário.
Sou uma pessoa inquieta, vou onde meu vento me leva. Artista Plástica e escritora, as vezes sem saber se pintoraqueescreve ou escritoraquepinta...
Procuro por algo, mas a intenção n...

 
Autor
Vania Lopez
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 06/07/2024 06:04  Atualizado: 06/07/2024 06:04
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2218
 Re: Cócega de privilégio
Achei a personificação da tela, final, deliciosa e genial.

Privilégio é ler-te com esta qualidade tão consistente!

abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2024 12:15  Atualizado: 06/07/2024 12:28
 Re: Cócega de privilégio
.


Esse poema trouxe uma sensação maravilhosa, quando criança subia em um pé de jabuticaba, muito antigo, com seus galhos fortes, olhava entre as folhas o azul do céu e experimentava uma doce jabuticaba, que delícia.
Abraços

Ahh! Quase esqueço do pé de manga em que tinha um balanço.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2024 14:27  Atualizado: 06/07/2024 14:27
 Re: Cócega de privilégio
Concordo que este poema remete muito bem para a infância

Obrigado pela qualidade constante


Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 06/07/2024 16:03  Atualizado: 06/07/2024 16:03
Administrador
Usuário desde: 22/11/2018
Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 2446
 Re: Cócega de privilégio
.
.
.
...sabe aquela antiga balança de pratos, pois; é o ponteiro que medeia o peso...
...na minha leitura, faço do meu olhar o papel de ponteiro medindo o pensar... No caso da sua poesia o ponteiro é centralizado, peso dividido entre o verso e a tela. Se fica atónito; quando ler seu verso como uma tela ou uma tela como o verso?

Meu abraço caRIOca!

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