Pensarei em todas as canções possíveis
Todas as belas melodias da imaginação
As letras que descrevem as aventuras dos heróis
Para registrar a mais profunda epopeia
Dos feitos daqueles que não aparecem na história
Daqueles esquecidos pelo caminho
Como se fossem fantasmas de um tempo remoto.
Alguns tornam-se deuses de si mesmo
Outros exigem a adoração como se fossem deuses
Enquanto os pobres mortais perecem
Em meio aos grandes sofrimentos do mundo
Ninguém quer fechar a tampa dos esquifes
Mas contribuem para que os corpos espalhados
Permaneçam em suas valas não tão profundas.
Os poetas são chacinados pelos anjos caídos
Ou serão demônios da modernidade líquida?
Tudo é tão sujo quanto a mente do criminoso
Que maquina os seus maus pensamentos pelas madrugadas
E causam o terror antes do amanhecer
Provocando o caos em vidas antes felizes
Que nunca mais terão uma noite de paz.
Como podemos lidar com nossa estranheza onipresente?
Como podemos nos desvencilhar de crendices impostas?
Nossa mente poluída poderá ser liberta algum dia?
Quando olho atentamente é que posso perceber
Gaiolas em um quarto escuro escondendo segredos
De fatos patológicos de mentes doentias
Que provocam a destruição por onde passam.
As faces dos heróis sempre se mostram imperfeitas
Assim como não existem almas inocentes por aqui
O psicopata não está na prisão se está bem aqui
Onde as mamães varrem suas sujeiras indescritíveis
Para debaixo dos tapetes floridos e valiosos
Tudo isso são apenas conjecturas de almas feridas
Que desejam desesperadamente esconder o jogo.
Os caminhos da mente são feitos de caos
Quando descobrimos que viver é diferente de tudo
Diferente de todas as outras coisas que existe
Os burburinhos da alma cresce com a idade
E causa confusão ao longo do caminho
Quando descobrimos que viver é um grande desafio
Porque não sabemos nada nesse vasto universo das ideias.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense