Almas Frias Corpos Quentes
Na radial, nas noites, as ruas se cruzam
e os destinos corrompidos se entrelaçam.
A vida é vivida no interior dos feios muros
e são invadidas por sons, fracos murmúrios.
A chapa esquenta da forma mais espúria,
as tias correm velozes pelas ventanas.
Não se contam os dias ou as semanas,
mas os anos aumentam cada vez mais esta fúria.
Almas frias nestes corpos quentes,
no calor das burras em sentidos valetes,
nas praias emborcados feito embrenhado de larvas,
e nos vomitantes bois moram ratos proeminentes.
Porém, nos apanágios, o amor se faz presente.
São benesses demais a estas abjetas gentes,
que murmuram e gemem, ouriçando os descabelados,
mas, no soberano quieto, seguem ferozes e desalmados.
Alexandre Montalvan
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