Deslizávamos por um fio de palavras irreversíveis.
A morte
diziam uns.
Renegação
gritou aquele
que procurou refúgio no interior
do silêncio.
Levámos connosco a chuva de um tempo
que permaneceu
ausente
dentro de nós.
Vivemos mil vidas e
longe de um fio de palavras irreversíveis
desfiámos as frases que ficaram por dentro dos olhos
paradas
a olharem para trás.
O acaso e os afetos a moldarem-nos lugares
em barro de encantamento.
Desenrolámos as veias do tempo
e o verde de uma teia de luz a entrançar dedos indefiníveis
em folhas de impressões digitais
e moinhos de vento.