Olha querido, hoje apetece-me falar de morangos, sei lá, ele há tantos tipos, que nós mulheres, ficamos na dúvida se preferimos os de plástico, aqueles que se usam e deitamos no buraco do ozono ou os produzidos através de camomila acetinada, tostados pelos rebentos de soja do tempo medieval, parecem martelados pelo cinzel e a pedra lascada !
Por vezes, sabes, aparecem-nos os figos maduros, tipo cruzetas, uns exagerados, de gorgomilo tempestuoso, julgam-se os chiques do espaço amarrotado das flores, mas vertem as águas e funcionam mal as pilhas.
Comem por vezes, douradinhos com salada russa e exibem os créditos carecas de sardinha assada, do mar da Póvoa, outras vezes, armam-se em carapaus de corrida, tipo homens rã do pátio das cantigas.
Também há os carregados de lamparinas, luzidios, mascando fruta seca ao almoço, adeptos do "deixa-me em paz" em dias de chuva.
Mas, e agora sim, os que eu gosto mais são aqueles
que me dizem umas coisas no pescoço, quando usam chinelos e metem o caroço no buraco da fantasia, mesmo sabendo que pegam no triciclo e nas barbies, engraço com eles e rio-me debaixo do cesto de vime da senhora do dente d'oiro.
Sei que lêem o jornal, e gostam de sarrabulho com castanhas, mas e que tem? É pecado cultivarem couves enquanto cantam à lareira?
Fico à espera que me apareça um, dentro do prazo de validade, do lado direito da rua estreita do sonho, mesmo em frente às acácias!
Aguardo o piscar do galo para voar no silêncio!
Carolina