Só a ti te queria
Mesmo sem véu,
Estava iludida.
Cada hesitação
Era sofrida,
Cada sonho
Era só meu
Por aquele branco
Transparente que me incrimina.
Pensa o que quiseres,
Só desconversas,
Já nada importa
Das tuas histórias,
Do teu saber
Do teu orgulho
Da tua tez,
Da tua poesia
Assim como o teu número acaba em três
Não te ligo!
As tuas mãos
Já não me agarram,
já nem me tocam,
Mas nunca esquecerei aquele lixo
Que deixaste pendurado à minha porta.
Tão igual àquela fotografia por ti afixada,
Como se a carne fosse talho
E a maldade
Fosse o teu guia.
Tudo acabou
Numa vingança que já não me tem,
Já nem me queria.
Apenas continua a crescer nesse teu ser, que tu em ti tanto abominas.
Eu cresci,
Tu ainda és aquela mesma criança
Que nunca soube conversar
Desde do primeiro dia,
Mas soube fazer o que bem lhe apetecia.