A minha casa é o teu beijo
Habito a tua boca como um peregrino que chegou cansado e feliz
Vim de longe despindo a memória, descalçando-me de todos os caminhos que me trouxeram a ti.
Sei hoje quem sou quando me soletras Homem em cada carícia, e me abraças todo o corpo sem amanhãs nas mãos.
Tem vezes até, que entras nos meus pesadelos antigos, casas de dor, abrindo as portadas de lés a lés, deixando que a luz me inunde como água.
Nessa paz, nessa serenidade de peixes em maré alta, ganhamos guelras e nadamos até ao mais profundo de nós.
É lá que encontramos Deus a brincar com as crianças que nunca deixamos de ser.
Hoje quando acordamos, perguntaste-me se te amava, e eu respondi-te que por toda a casa.