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Sou o de duas caras

 
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saber dizer que não. Um corpo abandonado, e uma réstia de esperança no afoguear dos medos. Com tanto copo vazio sabe-se lá de quê espalhado em todo o lado, e pessoas de cabeça ali. Mas o corpo que quer ser egoísta, e deixar os problemas dos outros. Está calor. É um dia de atraso em relação aquilo que de mau pode vir amanhã. E este novelo de gente que não se desenrola. Não quero que me vejam. Sou o de duas caras, que só observa e pensa mal de todos. Fui onde a força me deixa para estar aqui. E a única coisa que posso oferecer é esta escrita, tipo tiro de rajada. Que não pára. Oxalá haja segredo de tudo isto. Que não passe daquela porta invisível, que separa a paixão do mundo aqui enfiada, de um real a três tempos. Com pessoas silenciosas dentro, incapazes do burburinho que floresce, de dentro para fora, neste canto assustado da existência.

E não haverá desculpa se tudo isto, ou o que se quer de tudo isto, falhar. Dedos e sangue provam a experiência. O deformar deste círculo irregular, quando nos afastamos, talvez ateste a ficção...


Ruacuzuaco

 
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ruacuzuaco
 
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