E p'lo infinito silencio que brota aos molhos
das tardes soalheiras de quem vive à calma
há cansaços que caem dos olhos
p'la grandeza da imensidão da alma.
E há pessoas que trazem o céu na mão,
um vento frio, uma aragem, o âmago da cor,
mas por serem essa imensa vastidão
vestem-se de cansaço por amor.
E Trazem nos dedos gestos de poesia
em versos repetidos contra o vento
vivem de noite, dormem de dia
já não tem mão no próprio pensamento.
E o que fica depois de tudo terminar?!
... dor, saudade, noite e solidão ...
A promessa de seguir, a vontade de ficar,
a chave partida na porta do coração!
Ricardo Maria Louro