Poemas : 

Amor de café

 
Os objetos pousados na mesa,
graves, sisudos,
repreendendo a mulher indiferente,
a retocar os lábios com precisão cirúrgica.
A cor tudo altera
no mundo afetado das decisões.
Parece alegre.
Ergue-se e desaparece.
Não se trata de invisibilidade,
só ausência.
Venceram os adoradores de Heráclito.
Uma chávena triste chora, discreta.

 
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gillesdeferre
 
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Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 23/06/2024 21:09  Atualizado: 23/06/2024 21:09
Da casa!
Usuário desde: 23/05/2024
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Mensagens: 337
 Re: Amor de café / gillesdeferre
-
Olá.

E perderam os de Parménides.
A mudança ganha sempre face à inércia, à manutenção do statu quo.
Ou não?

Vejo-me no papel da chávena triste: chorando, discretamente.

Muito obrigada pela partilha, gillesdeferre.

Fique bem.
Beatrix