O tempo já oco alastrou pelo meu pensamento
Neste eco seco e sem passados de nua vaidade
Dessa que embeleza a paixão e a nobre solidão
Que de língua afiada faz vento num corte lento
Noite e dia na tua saudade, minha desigualdade
Chove e só a fome não é mais que água ou pão
O tempo cheio de nada és tu que lês sentimento
Folha branca pintada a negro de breves palavras
Mentes que mentem como eu e letras sementes
Fonte a jorrar o desleixo do nosso esquecimento
Como uma nova ruína no chão pisado que lavras
Amanhã já ali vem sempre em ocasos diferentes
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma