é um pulo de olhos a enviesar as imagens
como quem desprende a goma racional
depois é ver os garridos falantes
a entrar como minhocas perfuradoras
são tantas que entontecem as alamedas
e até as árvores frondosas de sangue se vergam
parecem pajens ornados de borboletas a fazer vénia
e elas passam como quem reina no reino
até que o exército sensacional as circunda
e o rei de espada em punho irremediável
corta-lhes as pontas todas até ao sobrar dos nós
ao fim de tudo parecem uma esteira de barras paralelas
a saltitar a planície com todas as comichões de parto
coitada da rainha escancarada
de pe(r)nas abertas
parece a mãe do mundo todo
mas tão seca
que nunca lhes poderá dar a mama
hão-de dar-lhes biberão
21-06-2024