Fale o que quiseres falar
Não darei ouvidos a sua voz
Conto as horas e ignoro os minutos
Porque ando em direção oposta
Não carrego as dores de outrem
Apenas suporto as minhas cicatrizes
Na esperança que está em meus olhos.
Se eu penso em você eu escrevo
Meus versos que parecem sem sentidos
Enigmas de uma vida intensa
Que ninguém sabe decifrar
Porque vai muito além da imaginação
Além até da própria razão
Do caminho silencioso que trilho.
Tudo parece se desfazer em cinzas
Nas portas cerradas de quartos escuros
Onde segredos são formulados
E se dizem o amor acontecer na escuridão
Quando se sabe no fundo da alma
Que nem tudo é o que parece ser
Porque as fantasias encobrem a realidade.
Sou suspeito em afirmar tais verdades
Porque não se pode confiar na mente
Pode não ser verdade tudo que digo
Apenas miragem de uma grande ilusão
De que adianta falar de Deus
Se não pode seguir os seus desígnios
Isso faz de você apenas mais um hipócrita.
Descanso minha pena sobre o tinteiro
Minhas palavras confundem seus sentidos
A confusão é proposital de certa forma
São enigmas que permanecerão por muito tempo
Mistérios de um coração diferente
Que não pode ser decifrado assim
Por mentes incapazes de sair do óbvio.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense