(o)usa a morgue dos mofos
onde jazem as palavras omissas
ausentes de conexão vital
espalhadas em féretros fólios
sem descuido de preservação
pelas estantes criocongénitas
cabe-lhe a dissecação...
e a união das partes
é crucial à criação
seguida, imperativamente
da inoculação de sentires
às veias exangues
seja lançada crua, nua
em sedução
aos olhares sensíveis
plenos de energia sentimental
os reais desfibrilhadores
do verso bestial
umas vezes se erguerão belos, amores, quimeras...
outras, monstros de dor, saudade. incerteza...
e neles alguém viverá eternamente
senão morrerá de novo
25-03-2024