É desse lado, inverso, que te vejo,
O mesmo onde teus olhos não me veem
E se pudesses ver, como te leem
Os meus, mais te veriam em festejo!
O senso não te vê, que olhos não tem...
Pudesse eu levá-lo num adejo
E ir ao mais profundo, do desejo,
Provar-lhe, que querendo, iria além...
E sei que vejo (e bem!) quando te olho
E mais quando, intenso, te desfolho
Que mais pareces viva do que o ser!
Pudesse, a razão, saber sonhar,
Com olhos que te vissem, sem olhar,
Serias mais que musa e que mulher!
03-04-2024