ESPELHO TRINCADO
No espelho, vi bem antes dela
Uma trinca pequena, quase escondida
Ali na parte inferior a esquerda
De quem se olha nele ou para ele.
Assim, antes de voltar para os braços
Do meu amado Morpheus e sonhar,
Observei-a por instantes... não acreditei;
A angústia desenhada no rosto bonito dela
Trouxe-me o desejo quase incontrolável
De rir e rir e rir do que vi.
Como ela não percebe que a mancha
Surgida ali na sua coxa esquerda
Nada mais é que o reflexo da trinca no espelho?
Acho que prefiro agora o abraço de Morpheus
A assistir essa “briga” insana
De uma pessoa cujo corpo é sano
Já a mente... não acordou ainda.