Poemas : 

bens de mão morta

 
à sua passagem
o mundo é desordem
e infinito
porque tem o hábito
de tudo guardar quanto foi doado
à morte e ao silêncio

que até poderia ser poesia
malgrado o porte solene
de quem torna a casa
e sublinha
todos os cadernos
de gavetas mal fechadas e

mal termina encontra
o sol a invadir os ecos
do piano
e as cinzas do último cigarro
ainda a fumegar

 
Autor
Benjamin Pó
 
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