Não creio que fossem luras
Ou cavernas em suspensão
Talvez fossem gritos, profundos
Ou cânticos em contra-mão
Talvez fossem poiso dos tristes
Corroídos por gotas de sal;
Aberturas, negras, no peito
Cavadas por mãos sem fanal...
Talvez até fossem só túmulos
Morada das mágoas mais vis
Que alguém por ali enterrou
Por fé de querer ser feliz...
O certo é que os gritos ecoam
Perduram no tempo cruel
Quer sejam no peito d'alguém...
Ou numa folha de papel!