Parti a loiça toda, sem carranca!
Parti o que, de mim, não me cabia!
Parti e não partisse, ficaria
Mais louco que a loucura que m'estanca!
Deixei atrás o engodo da porfia
Que, dentro, era cálice d'Espanca;
Às portas qu'eu abria, ele era tranca,
E quando eu as fechava, ele se ria!
Não quero mais, de ti, esta clausura,
Não quero, não de ti, poesia pura,
Daquela que não foge da verdade...
Nem que as mãos me tremam, doravante,
Ou qu'eu não volte a ser o verso instante,
Quero, mesmo, é amar... em liberdade!
02-04-2024