Sei do olhar sujo, vil, sem reposteiro,
Como dois gumes a trinchar a alma...
A perfurar no vai que já desalma
E a rasgar, na volta, o peito inteiro!
Sei da mão todo o sangue, já sem calma,
De ter ido à ferida, o costureiro
Por ânsia qu' estancasse, ao verdadeiro,
O jorro... E já não havia vivalma!
Sei duma voz, o eco (desfi)brilhante,
A galgar o infinito do errante,
Como trovão, após a mão-relâmpago...
Sei de uma estrela a brilhar em curas.
Num céu aberto a todas as loucuras,
Sei desse renascer, num novo âmago!
24-05-2024