É olhar sem olhar
que olha para lado nenhum,
que se enche de ausência no ar
como se fixasse um ponto
que nunca lá esteve.
Os olhos abertos de par em par
incomodam inexpressivos,
não sentem mas choram
às vezes sem se ver,
só por dentro do ser
feitos vivos depois de morrer.
Olha-me,
olha-te,
olha-nos
e a vós também...
é como ouvir sem escutar
ou tactear sem dedos.
Não imagino, sequer,
o que aquela pessoa quer
se para mim querer
é dizer que quero ver.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.