Quando as bocas se unem
Quando as bocas se unem
A necessidade provém do coração
Dois espíritos que se querem
Com a mesma convicção
O beijo nasce da necessidade
De duas bocas se aproximarem
Com a mesma intensidade
De querem, desejarem e de gostarem
Beijos ora rápidos e fugazes
Menos ou mais envolventes
Sem grande interesse às vezes
Outras são tão fortes e quentes
Beija-se e até se foge dos beijos
Contornam-se desejos profundos
Envolvem-se, trocam-se desejos
Desvenda-se a vida, sonhos difusos
Beija-se sem grande interesse
Por vezes foge-se do beijo
Envolve-se o sexo no desejo
Deseja-se que o momento não cesse
As bocas não se desejam juntar
Só os corpos sabem sentir
As bocas não se querem aproximar
Enquanto os corpos gritam pelo devir
O beijo nasce da necessidade
De duas bocas se aproximar
Eu quero ter-te, quero te dar
Um beijo com intensidade
O beijo é o espelho da alma
Reflexo do vibrar do coração
Dois corpos que o calor acalma
Ou o beijo com a mesma convicção
Beijos fugazes, ora envolventes
Beijos profundos, beijos de despedida
Ora intensos e quentes
Ora despejados na fúria da vida
Se encontras uma boca quente
É um pecado deixa-la fugir
Apetece agarrá-la e unir
Pela boca ambas as mentes
É possível as bocas fundir
Num beijo tão intenso
Entre um mar de abraços unir
Dois corpos calor assaz imenso
Beijos profundos
Beijos de língua
Beijos de alma
Beijos imundos
Beijos imensos
Beijos de saudade
Beijos da idade
Beijos longos
Beijos curtos
Beijos sem fim
Noites sem dormir
Gotas de suor a molhar os lábios
Beijos longos
Beijos de sonho
Acordar e voltar a beijar
Beijar pela necessidade
De unir e de selar
Um amor uma amizade
Uma vida, uma idade.
João Garcez
22/05/2024