Eu caminhava na noite agasalhada
E enquanto o frio me trazia agonia
Ela me acolhia em sua madrugada
Envolvia me em seus abraços até o dia
Nesse pedaço poético do tempo
Eu ouço o eco de minhas aflições
Talvez confundam este tormento
Com fantasmas ou ainda aparições
A verdade é que a noite sabe quem são
Os sonhadores que ainda escrevem cartas
Poetas trovadores boêmios aqueles que não
Dormem os que serão sempre apenas lagartas
O voo das borboletas azuis são versos que pertencem
Aos que aprenderam os que encontraram o equilíbrio
Entre as assombrações e a verdade do dia eles entendem
O que está escrito em seus corações e ocuparam seus vazios
Enquanto isso eu escrevo cartas...
Até o dia em que escreverei os versos azuis de uma borboleta
Deus abençoe as lagartas
Carlos Correa