A DOR DA SAUDADE
Quando olho para trás vejo os filhos
Saídos de minhas entranhas
Hoje fazendo parte definitiva da minha vida
Aí eu penso que aconteça o que acontecer
Jamais deixarei de amá-los
Jamais poderei esquecê-los
(mas filhos são tão egoístas – eles só pensam em si)...
A natureza é cúmplice da mulher
Ela permite que ela o gere dentro de si
Que o amamente, acalentando ao seio
Enquanto ao homem resta o consolo de ser o provedor
Porque existem ocasiões em que até para isto
Eles são dispensáveis, ou dispensados...
Graças a esta junção carnal
A mulher é mais amada por eles
Não que necessariamente, ame mais o filho
Ela só é privilegiada no amor...
Ao pai resta contentar-se com o fato
De que é o pai e ninguém pode tirar de seu peito este amor
Banhando-se na saudade aqueles
Que tal qual pássaros, criam asas e se vão mundo afora...
Mário Feijó
Artista plástico e Poeta
Brasil