Poemas : 

Olha-me!

 
Olha-Me!


Olhas-me e não me vês….
Sou o que escrevo, o amor, a vida, o sentimento
Sou cerúleo, mar, tormento
Sou paz, sol, inverno, lamento
ave, dor, folha de Outono
grão de areia num mundo de beleza e luz
Na sua pequenez microscópica
Sou barro que se molda nas tuas mãos de artista
O meu barro que se parte desdita fatalista

Sou o orvalho do chão, húmus que alimenta a terra
Sou palavra, sim Palavra, a que escrevo e que lês
A que digo e a que sinto!
Mas só vês… O aço de que me revisto
O arame farpado de que me cerco
A mágoa e a injustiça que me fere
Falece a carne…
A terra cumprirá o seu destino
Cumprir-se-á a decantação
O pó decompor-se-á nas impurezas do que sou
Restará o que nunca viste e esteve lá
Agora invisível ao teu olhar
Porque o meu cerúleo jamais alguém irá matar!
Olha-me!!!
Olha-me!
Olha-me...
Olhas-me.....


 
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Whaine
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