Nenhuma palavra foge do papel sem levar uma companheira, nem que seja uma lágrima em forma de letra.
No ano de 2009, dois jovens na casa dos trinta, resolveram espremer o coração até ao tutano, sagrando palavras encharcadas de sentimento.
Num site chamado "Caramulo Poemas", partilhavam seus escritos até que um dia partilharam imersas conversas, quebraram velhinhas solidões, renovaram ilusões por rebocar.
Compararam afinidades até aos cotovelos.
Infiltraram sonhos no âmago, até trocarem de olhares no outro lado dos vocábulos.
Diziam, um ao outro, que as gémeas almas estavam no seu corpo.
Ela chamava-se Beatriz, ele Gustavo.
Estavam perto e longe ao mesmo tempo, a menos de um parsec de distância.
Contudo, será que a magia da poesia foi suficiente para mudarem o rumo das suas vidas?
Poderia um amor nascer de uma tela que não fosse a de um pintor?
Será que depois de uma centena de poemas, de floridas letras, Gustavo e Beatriz ainda esperam as palavras audíveis fora das folhas?
Continua...
“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”