Quando uiva a noite e cala a madrugada
acende fogueiras o meu coração
nas fagulhas dispersas e línguas de nada
dispo-me de mim olhando o horizonte
e a lua se esconde temendo a cor onde dorme
quieta e calada segue a melancolia
gemem as cordas tocadas nas cores do dia
são os fantasmas que se desprendem
que enchem a tela da vida
olho para ela, nada de cor...sentida
não quero o que vejo, nem o que sinto
quero apenas um olhar, aquele que pressinto
Fatima Santos