Quem são os loucos soltos nas ruas?
Quem são os monstros escondidos nos armários?
Tudo parece um tanto decaído por aqui
Algumas nuvens ameaçam o conforto do sol
O vento carrega consigo alguma esperança
Enquanto os vermes tentam se esconder
Procurando refúgio nos esconderijos.
Anjos caídos da modernidade
Decapitam inocentes que vagueiam pelas ruas
Esperando encontrar alguma coisa diferente
E seus corpos cambaleiam como ébrios
Enquanto outros tornam-se deuses de si mesmo
Pigarreando nas bordas do intelecto
Fazem isso por pura provocação.
Como podemos lidar com essa total estranheza?
Com esse sentimento de insegurança
Se há perigo em todas as esquinas da vida
E não sabemos o que nos aguarda ainda hoje?
O sangue preto que jorra das veias esquecidas
Mistura-se com o branco dos entorpecentes
Provocando uma mistura alucinógena
Que nem os psicopatas na prisão conseguem livrar.
Caminhamos para um abismo sem fim?
Seremos nós expurgados do planeta Terra?
A face de todos os heróis mostra-se imperfeita
Porque no fundo não fazem coisas boas
O mundo capitalista é o caos e a destruição
É um abismo chamando outro abismo
O leviatã engolindo tudo ao seu redor
E não se pode fazer quase nada a respeito.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense