Perto das ondas,
Pés na areia molhada.
Pena as minhas lembranças do mar
Perderem-se do meu corpo pelo sol.
Pele salgada é o que sobra.
Pegadas no chão que andam
Perdidas a imitar os
Peixes que nos observam.
Para trás elas já não existem.
Pena ele apagar assim
As provas da minha existência.
Não desvio os olhos da areia
E vejo a tua sombra
Que no teu caminho vagueia
E no limbo da espuma e da areia se encontra
Vais certa do teu destino
Ou deambulas
Medrosa de cada passo pôr
E encontrar búzio que dê dor
Ou curiosa pela frescura
Do próximo passo de loucura
Devo seguir as tuas pisadas
Ou criar as minhas afrontas
Pelo deserto molhado de conchas.
Perdi-me no que fazer
E perco-me do teu trilho no areal
E do que era suposto eu ser.
Para trás não há mais certezas
E pela frente já vais longe
Sem rasto que me conforte as incertezas
Foram limpas pelo mar
E resta-me então andar.