É a dor daquele que enfrenta a tragédia,
Cujo coração se desfaz em pranto,
Sob o peso da mais dura agonia,
Numa jornada de sofrimento e lamento.
É a dor que corta, que dilacera,
Que transforma a luz em sombra escura,
Que faz da alegria uma quimera,
E da esperança uma frágil costura.
É a dor de quem perde o que mais ama,
Que vê seus sonhos desmoronarem,
Na imensidão de uma dor que inflama,
E no vazio dos olhos, lágrimas se escondem.
Mas mesmo no abismo da aflição,
Há uma centelha, um fio de luz,
Que brota da mais profunda escuridão,
E traz consigo a força que seduz.
Pois na dor há também a redenção,
Um caminho de transformação,
Onde a alma encontra a compaixão,
E renasce a partir da destruição.
Então que a dor, embora intensa,
Seja o portal para a reconstrução,
Onde a esperança se torna imensa,
E a vida floresça em nova canção.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Em solidariedade às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.