Penso em ti
à distância da voz
cíclica construção de azuis
aroma perfeito
a inventar promessas
inocentemente sufocadas
por dentro das veias.
Atravesso
a misteriosa filigrana
dos sonhos e apercebo-me
da luz a demandar
infinitos fugidios.
Dir-te-ei dos pássaros indomáveis
moldados nas lembranças.
Escrevo no olhar
ausências e regressos
e, em silêncio, retomo
o invisível gesto de amadurar o tempo
que me nasce dos dedos.