Nas profundezas do mito, onde sombras dançam,
Medeia, a feiticeira, sua história tece.
De olhos ardentes, alma quebrada, ela avança,
Caminhando na linha entre amor e desamparo.
Filha do Sol, sacerdotisa da noite,
Medeia, desterrada, de terras distantes,
Na Grécia encontrou amor, um vínculo frágil,
Jason, o herói, que lhe prometeu mundos e estrelas.
Por amor, ela abandonou sua terra,
Traiu sua família, desafiou reis,
Mas o destino, como uma serpente oculta,
Preparava sua peçonha na trama dos dias.
Na cama de núpcias, traições se urdem,
Jason a troca por uma aliança política,
E Medeia, na fúria da traição e da dor,
Despeja veneno nas veias de seus inimigos.
Mãe das sombras, dos gritos da vingança,
Medeia, em desespero, semeia a destruição,
Sangue mancha suas mãos, seus olhos queimam,
Ela parte, num carro puxado por dragões, para além da razão.
Oh, Medeia, mulher de paixão e fúria,
Tua história ecoa através dos tempos,
Em cada coração ferido, em cada alma perdida,
O eco de tua voz ressoa em um eterno lamento.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense