Prelúdio de um instante, segundo antes do teu olhar, sonho, mesmo antes de acordar. És tu, que, como fonte de água viva, brotas do seio da Terra virgem, imaculada e fresca, matas-me a sede, que a boca quente ansiava por ter. És, luz terna, amante eterna que o corpo quer vestir. Puro o teu sentir, leve o espírito que esvoaça na Noite escura.
Corpo do meu texto, livro aberto onde te descrevo. Fôlego que me invade de oxigénio, levito, pairo como ave suspensa sobre o firmamento, brilho de estrela, lamento. Silêncio que veste o teu corpo, nu, que aqueço em mim, retrato desenhado da tua pele, ou, simples saudade que a palavra descreve. Distância que te trás perto, lugar estreito, frémito que se propaga pelo Universo.
Final, antecipadamente anunciado, abraço, apertado. Neste lusco-fusco, neste quarto, onde todas as noites somos sonhados, jardim, perfumado de essências, lugar sagrado. Esta Noite sou um cântico, voz dos poetas, musica celeste que em teus sentidos remexe. Quebro o silêncio, invado-te com mil palavras, trazendo a luz, criando as sobras que detrás de ti se escondem. Tu és o livro que a cada dia escrevo, encho de palavras e sentidos, toco como se fosse meu corpo teu.
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visitante |
Publicado: 13/05/2008 10:48 Atualizado: 13/05/2008 10:48 |
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Re: Meu corpo teu
Bonito embora um tanto complexo. Parabésns. Bj
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