Do lado de fora de minha janela da sala
A lua recheada de um poder inevitável
Faz me sentir uma peça inerte sem fala
Talvez para que as palavras sigam ao papel
E até que elas o encontrem são obrigadas
A cumprir andanças por campos tão floridos
Quanto solitários buscando mil rimas nas estradas
Parando nos bares procurando lares versos proibidos
Do lado de cá de minha janela eu penso em você
Suave e embriagante como whiskey do Tennessee
Algumas vezes embriagado tenho algumas dúvidas
Se é pelo álcool ou por seu olhar volúpia incontida
Então as palavras uma a uma vão formando versos
Povoando o que a garrafa vazia diz ser um berçário
Ali elas aguardam para seguir sua jornada no universo
Sonham travessas tristonhas trancadas em armários
Ou seguindo a magia das rotas das correntes marítimas
Alimentadas por cada lágrima das pessoas que a noite aproxima
Deus abençoe os mistérios da noite
Carlos Correa