Solidão
Na minha solidão
Eu olho em volta e pouco vejo
E se vejo, pouco sinto
Mesmo que a natureza insista em me mostrar
A folha que cai da árvore
O pássaro que voa e pousa no galho
E num outro instante, voa sem destino
Mas cá estou eu imóvel
Pensativo, só e inerte
Para onde foi aquele pássaro?
Com ele voou também meu coração
A buscar o aconchego do carinho
Por outro caminho
Que nesse ninho
Não encontro mais
Ah, os pássaros… São livres
Não têm amarras
Não têm destino
Vão ao sabor do vento
no meu pensamento
Até meu coração também voa
Transpōe oceanos, novas águas
Quem sabe encontrará paz
E calma
Em outras plagas?
Paulo Gondim