No cerrado quando o sol morre
O céu explode em poesia e cor
De cada touceira a luz escorre
E a escuridão devora o fulgor
No cerrado quando o sol morre
Nesta dualidade de alvor e breu
Ofusca o fim do dia mais cedo
No amarrotado arvoredo pigmeu
De chão de cascalho e rochedo
Nesta dualidade de alvor e breu
Da profundeza escura do céu
As estrelas brilham o cerrado
A lua num bailar tira o seu véu
Deixando o crepúsculo prateado
Da profundeza escura do céu
É a tarde saindo e se decompondo
Os murmúrios do silêncio suspirando
Pássaros nos seus galhos se pondo
E o sossego invadindo o comando
É a tarde saindo e se decompondo
No ganido da noite range a solidão
Em pisadas fortes e frágeis sussurros
Vagando pelos sulcados do sertão
Riscando os sons com duros murros
No ganido da noite range a solidão
Nos murmúrios do cerrado pálido
A melancolia paira na obscuridade
Se transformado num jardim cálido
De fragrância doce e árida saudade
Nos murmúrios do cerrado pálido
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 - cerrado goiano
Poesia é quando escrevemos o monólgo de nossa alma, que se torna um diálogo com o leitor.
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