Nos versos que tecem a dor do peito,
O amor se desvela em pura agonia,
Rasgando a alma, num eterno defeito,
Como chama que arde em noite sombria.
É fogo que consome sem piedade,
Ardendo em labaredas de saudade,
Nas veias, um rio de angústia a correr,
Ecoando o lamento do sofrer.
Ah, como é doce e amargo esse tormento,
Que dilacera a alma num momento,
Fazendo da paixão um doce veneno.
Mas no fundo desse abismo a brilhar,
Há uma luz, um suspiro a clamar,
Que o amor, por mais que doa, é sempre pleno.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense