Pare de contar as horas
Ignore todos esses minutos
Viva como se o tempo não existisse
Liberte-se das amarras
Dos grilhões que te prende
A este miserável mundo
Ouça que o sol fala uma língua estranha
A serpente voadora ejacula veneno
E sua mente é devorada
Por pensamentos indescritíveis
Onde tudo é cinza e descascado
Como se não bastasse a violência
Que arranca as entranhas e vísceras
Dos escravos da mentira.
Tudo bem que não foi assim
E você quase me convenceu
Mas não acredite em mentiras
Não, vocês jamais comprarão
A minha massa cinzenta
Os meus pensamentos são secretos
Não conseguirão detectá-los
Não mesmo
Eu posso dizer não
E vou falar não
NÃO!
Vocês não vão comprar a minha liberdade
Não tenho medo de vocês
Não vou me curvar a esses impropérios
Não vou me calar diante dessas atrocidades
NÃO! NÃO! NÃO!
Poema: Odair José, Poeta Cacerense