Na sombra do crepúsculo, em terras distantes,
Caim peregrina, alma em tormento,
A angústia dilacera, são cruéis feridas
Que oprimem o coração, sem alento.
O fardo da inveja, semente do mal,
Em seu peito ecoa, cruel e insano,
A disputa interna, uma tempestade,
Que o arrasta ao abismo, num trágico engano.
Entre a luz e a sombra, sua alma debate,
O amor fraternal, a dor que dilacera,
A raiva voraz, a culpa que o aflige,
Em conflito constante, a luta desespera.
O olhar para o irmão, adensado em inveja,
Semeia a semente do ódio profundo,
E o coração, em desespero, se queixa,
Ao destino cruel que lhe é imposto neste mundo.
Caim, filho de Adão, irmão de Abel,
Sente o peso da escolha, o peso do destino,
Num embate de paixões, num turbilhão cruel,
Entre o amor e o ódio, se perde no desatino.
Na solidão da noite, sob as estrelas frias,
Caim enfrenta o tormento, a angústia avassaladora,
Na alma dilacerada, a batalha é sombria,
E o sangue fraternal manchará a história agora.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense