Tenho medo quando sinto toda a imensidão
Do universo dentro deste corpo envelhecido
Meus sonhos são como galáxias na escuridão
Se afastam de mim num rumo que foi perdido
Ficaram uns esquecidos no bolso de sonhador
Como cartas escritas num tempo já amarelado
Linhas que resistem teimosas borradas de licor
Um perfume doce que sinto dormindo acordado
Tenho a impressão de que possa ter amadurecido
Me preocupo mais com o tempo chamado agora
Do que com as cartas com endereço desconhecido
Mas contrasta um moleque que não quer ir embora
Cedo ou tarde terei de voltar às profundezas do mar
Talvez eu tenha a chance de escrever algumas linhas
Ao voltar à superfície saberei onde irei te encontrar
Estre as estrelas reconhecerei seu brilho minha trilha
...até que possa te alcançar...
Deus abençoe os que ainda sonham
Carlos Correa