Naquele lugar que marcava o estado inicial
saciávamo-nos em pulsações nervosas
deixando que o mundo fluísse
em relógios invisíveis
na clareira do tempo
que suspendo na memória.
Sem voz para cantar
até que a paisagem adormeça
calo-me agora
para que o retorno aconteça
e
na indefinição dos mundos
possa reinventar a cor
ver longe
e partir
reconhecer-me una
e voltar a ser só uma
dentro do que sobrou
e sou.
Porque
de súbito
é tangível a realidade das sombras
e ecoa
ao limiar da foz
o piano do último andamento.