Tudo aconteceu no tempo em que a noite inspirava cuidados redobrados, não fossem aparecer alguns manuscritos, de fato e gravata, lá fui eu com os cavalos a espumar pelos tubos, ao tão minuciosamente combinado e desejado encontro.
Lá estava eu, com as antenas ao alto, informada por via satélite, do senhor da loja do vídeo, que me ofertou na compra do perfume com fragrância sensual, não fosse a moina aparecer, procurando o local escolhido, e a silhueta do sonho, que tive quando passava a rua esburacada, por falta de eleições.
O sonho lá estava filmando a cena, sentado no muro de pedra que separava a pitoresca vila do norte, do rio que meticulosamente lavava as suas costas, leito cravejado de estrelas, e de melodias protagonizados por rãs violinistas,de jovens enamorados, pois o amor não tem idades, sendo considerado pelos poetas, e não só,o tempero da vida.
Aproximou-se o andante, petulante, tipo amante armado pelas circunstâncias, era uma pinta de homem, e a promessa de uma deliciosa noite, não era promessa vã, e antevia-se que o tempo que separava esse momento, só aguçava a libido que se encontrava em ebulição constante, arrancando o testo da panela do sarrabulho.
Fomos jantar, a serenidade da minha longevidade, manteve-me imóvel, sonhadora, imaginando o desfecho possante daquele espécimen, em fúria desenfreada,.
Durante o saboroso repasto, falamos de nossas vidas, amores, desamores e futilidades diversas,sempre com a tosca caneca de vinho tinto carrascão típico da região.
Dirigimos-nos pelas centenárias ruas, onde o protagonista dos meus sonhos, me exibiu estiloso, os seus dotes de cultura arqueológica, de certos pormenores da afamada vila nortenha, em direcção à magia saída da cartola de um génio, no qual metia o número de facas, e o do corpo cortado e montado, salvo seja, num bolso roto da ilusão.
Nessa luta de titãs, fomos assistidos pela cumplicidade das estrelas, ouvindo os aplausos frenéticos dos pirilampos, nas pedras cheias de heras e musgo, próprias do lugar paradisíaco onde o sonho foi rei.
Logo, a notícia, aparece no telejornal das 20 horas, cuja trama, será retomado por um casal de coelhos, que se diz apaixonado pelo licor que não me lembro o nome, sabe-se lá porquê!
Pois e aquele poema, ainda não chegou...
Carolina