menina das searas na cara,
não me olhes com a pressa dos veículos.
meus olhos sem fala.
quero ver o teu olhar,
no pairar de um suspiro,
sentir que posso entrar
no teu mundo
pela mesma porta
que a lágrima tranca
e avança
no declive liso
do teu rosto, menino.
prometo
que estarei atento
no átrio dos teus olhos…
deixarei, como alfombra,
o linho de um lenço
para secar o mar derramado
do alto do olhar.
deixarei nos cantos
sementes de arco-íris
para que o choro
ganhe as luzes das cores
e não as sombras das dores.
“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”