Enviado por | Tópico |
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HorrorisCausa | Publicado: 18/03/2024 17:17 Atualizado: 18/03/2024 17:17 |
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Re: Nuno Júdice (29 de abril de 1949 - 17 de março de 2024)
Olá Almamater
Sem dúvida. Uma grande perda para a humanidade. Portugal está de luto. RIP atenciosamente Hc |
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Alemtagus | Publicado: 18/03/2024 17:55 Atualizado: 18/03/2024 17:55 |
Membro de honra
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Re: Nuno Júdice (29 de abril de 1949 - 17 de março de 2024) p/ Almamater
Sempre que se muda de página, lê-se mais um pouco do passado, sucumbe a parte humana, mas palavras, eternas, imortalizam todo o livro.
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Rogério Beça | Publicado: 18/03/2024 19:24 Atualizado: 18/03/2024 19:24 |
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Re: Nuno Júdice (29 de abril de 1949 - 17 de março de 2024)
Ficará o seu legado. As várias curvas que conheceu na vida.
Infelizmente, para todos, não nos dará poemas novos. Poema demais Fernanda. Sorriso meio amargo |
Enviado por | Tópico |
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Benjamin Pó | Publicado: 18/03/2024 19:28 Atualizado: 18/03/2024 19:28 |
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Re: Nuno Júdice p/ Almamater
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Agradeço à Almamater ter aberto aqui este espaço de homenagem, que me fez voltar aos livros de Nuno Júdice. Este poeta foi uma grande influência para mim e é com nostalgia que tenho regressado às suas palavras. Como acho que o melhor tributo à memória de um poeta é recordar os seus textos, deixo aqui dois poemas, retirados dos dois livros que li deste autor. PEDRO, LEMBRANDO INÊS (do livro homónimo, de 2002) Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia dizer: «Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?» Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor: ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo esse que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa, a mais certa certeza de que gosto de ti, como gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste. ----------------- BALANÇO (do livro "As coisas mais simples", de 2006) Que fica de quem passa? Um eco de mágoa ao ouvido da tarde? Uma pausa de palavras na frase do instante? Uma interrupção de passos a caminho da porta? Um sal de sentimento no coração da amada? A vida esfarelada numa dissipação de rumos? Ou um peso de esquecimento na sombra da memória? Mas quem passa não pensa no que fica, se os passos o levam para onde espera ficar; e se o seu destino é a passagem, onde ficar é sair de onde não chegou a habitar, é o tempo que o obriga a não olhar para onde não há-de voltar, mesmo que aí tenha deixado o que pensou consigo levar. Náufrago sem ilha nem barco, ou marinheiro preso ao porto, é ele o seu próprio fim, como se a cada momento não soubesse que não é dele o que leva, e só é dele o que perde, como se o não quisesse guardar, para que chegue mais depressa, ao cair da noite, a esse cais onde ninguém o irá esperar. E repete, então, o que não devia fazer, para tudo fazer de novo, como se tivesse de o fazer. |
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Mimus-triurus | Publicado: 19/03/2024 19:35 Atualizado: 19/03/2024 19:35 |
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Re: Nuno Júdice (29 de abril de 1949 - 17 de março de 2024)
Uma bonita e necessária homenagem a um grande poeta e professor que partiu.
Um abraço, querida Alma. |