Crónicas : 

3-Histórias de meu avô raiz

 

Outra história do meu avô, falava do dia que foi chamado para ir numa fazenda, que estava tendo casos de raiva no gado . Lá ele teria que fazer o diagnóstico da doença, orientar a vacinação e eliminar os morcegos hematófagos, que transmitem a doença. Chegando na fazenda, foram quase 150 km de estrada de terra ,o gado já estava no curral ,para atrair os morcegos para lá. Meu vô e seu auxiliar armaram as redes ao redor do curral para capturar os morcegos. Quando amanhecesse ,colocariam em gaiolas diferentes os morcegos hematófagos e na outra os úteis, que tivessem caído na rede. Pela manhã quando chegou nas redes encontrou um pássaro enfurecido! Era um pobre quero-quero, que reclamava ,valentemente, que libertasse sua parceira que caíra na rede ,inadvertidamente. Enquanto libertava sua amiga, ficou do lado de meu avô ,batendo as asas enfurecido. Libertou a parceira dele, foram embora na maior alegria, os valentes pássaros. Prosseguindo , retirou todos os morcegos das redes, desarmou as mesmas, colocou uma pasta com veneno na nuca dos hematófagos e os soltou e depois soltou os outros. Ele disse que os hematófagos ficam em colônias separadas dos outros e quando eles chegam em sua colônia ,uns lambem os outros, assim toda colônia morre. Coletou material dos animais mortos , mas que tudo levava a crer que era raiva mesmo, já que naquele momento havia um grande surto naquela região. Retornou , então, para a cidade de Corumbá, era mais uma noite ,que não se dormia direito, mas apesar dos pesares ,meu avô curtia esse trabalho de doidão. Dizia que mil vezes isso que enfrentar engarrafamento, assaltantes e outras mazelas de uma cidade grande. Meu avô raiz não deixa de estar certo.
(30/1/2024)

 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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