Segundo meu avô, na primeira república em que morou, ele e seus amigos fizeram uma horta que tinha alface, couve ,nabo e rabanete, horta que nunca recebeu veneno, era uma horta orgânica, não haviam pragas. O excesso de produção era vendido para os vizinhos. Meu avô dava uma especial atenção para o matinho que crescia na horta , os amigos dele tiravam esse matinho como se fosse praga, meu avô resolveu usá-lo no cozido que fazia, uma vez por semana, ele disse que tinha pena de jogar fora, já que não tinham veneno e tinham folhas bem tenras. Usou uma vez e todos elogiaram aquelas folhinhas desconhecidas ,que participavam pela primeira vez do cozido. Como o capim foi bem recebido pela rapaziada, passou a constar de diversos pratos preparados por meu avô na república. Um dia ele contou para os amigos o que eram aquelas folhinhas que apareciam, vez por outra ,em seus pratos ; ninguém se assustou com a novidade, parece que esperavam esse tipo de coisa vindo de meu avô doidão. Hoje em dia eu fico esperto quando ele vai para a cozinha, ainda não estou preparado para comer capim...