Em um canto sombrio, oculto e profundo,
Brotou um amor, secreto e misterioso,
Entre dois corações, tão distantes,
Que anseiam unir-se, porém, são virtuosos.
Como rosas silvestres em noite escura,
Seu amor floresce, mas a vida amargurada
Da proibição, como espinhos afiados,
Fere suas almas, deixando-as machucadas.
Eles se encontram às escondidas,
Nas sombras da noite, onde são permitidos
Breves carícias, suspiros roubados,
Mas o peso da culpa os deixa abatidos.
Seus olhares se cruzam em desespero,
Numa dança triste, num mar de segredos,
Amor que pulsa, amor que sangra,
No jogo cruel onde se encontra a dor e o medo.
Oh, como desejam liberdade e luz,
Para viverem seu amor sem a culpa implacável
Da condenação, de uma sociedade conservadora,
Que os separa, tornando-os abomináveis.
Mas enquanto o sol se põe e a lua brilha,
Eles se encontram na escuridão pelo amor,
Jurando sentimento eterno, apesar de tudo,
Neste amor proibido, onde floresce uma flor.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense