Crónicas : 

9-História de meu avô raiz

 
Essa é mais uma do tempo que meu vô trabalhou no Pantanal de Corumbá: foi fazer um trabalho numa fazenda da região, trabalhou a manhã toda com o Alcindo, o auxiliar que estava sempre presente nestas empreitadas. Fizeram vacinação e pequenas cirurgias. Na hora do almoço, que seria na casa grande para o meu avô, mas preferiu almoçar com o Alcindo, onde os peões faziam suas refeições. Levou um susto com as condições sanitárias do local! O pessoal comia tirando moscas do prato! Um horror completo! Meu avô desistiu de enfrentar aquele almoço e foi na sede da fazenda dar uma bronca no dono da propriedade . Falou pra ele que o esterco tirado do curral não podia ficar próximo do rancho dos funcionários! Que voltaria na fazenda em breve e que se a situação persistisse, traria o pessoal da saúda pública e do ministério do Trabalho para tomar as medidas legais cabíveis. Meu avô arrumou um inimigo, mas no seu retorno as coisas melhoraram muito. Os peões, discretamente, agradeceram muito, já não suportavam comer moscas, literalmente. Pelo visto o trabalho de meu avô ia muito além daquele de veterinário, não era cego as injustiças sociais que presenciava em seu trabalho.

 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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